Aplico a morte em mim, mesmo a interiorizando. A dormência da alma é a vida. Invento morte onde não há vida. Da ilusão de certeza morre o Sol, enterrado no céu. Não tenho palavras para as palavras, tenho o céu nas palavras. A palavra apenas abraça o dizer. Tudo falta em dizer, nada falta no silêncio. A libertação do silêncio é vazia, é como escutar o som da própria voz. Nada liberta a voz do corpo, pois estão unidos em uma união que não liberta. O nada salva uma vida. Sou teu nada que te ama. A alma da vida sou eu. Não sou o silêncio da vida, sou o silêncio do silêncio. Meu silêncio é mais real, mais sofrido que o silêncio. O silêncio vence o nada do seu silêncio. Esmagar o silêncio na alma é um silêncio ainda maior, absoluto, silêncio de morte.