Blog da Liz de Sá Cavalcante

O ser sem o nada

Sem a vida, tudo é como sempre foi: como um nada a se afundar em mim. No Sol de mim, torna o nada feliz. Os mortos iluminam-se com a vida, sem raios de luz de escuridão. Os vivos, na escuridão, esperam morrer em uma escuridão maior que a escuridão: o vazio livre. O céu, penteando-se de estrelas, não precisa sorrir de azul. O azul do céu são lágrimas de céu a expandir o Universo. A morte é o vir a ser. A consciência não sente a própria dor, mas sente a consciência da dor. A consciência da consciência é meu ar pairando no ar que respiro, até não respirar para me sentir.