Não estou na alma, mas o meu amor está. Como está a vida sem mim? Não está pior do que a alma. Nada é tão ruim quanto ter alma. Neste momento, a alma não está pior, está destruída pelo meu ser. Absorver a alma não traz de volta o amor, não traz de volta quem sou, mesmo renunciando as minhas perdas, a alma, não sou renúncia de mim. Esqueceria a solidão, na renúncia de mim. Esquecer é renunciar tudo, ir de encontro ao céu, onde renunciar é amor, plenitude. De nada preciso para renunciar. Olhar para o céu, estar nele, me mostrou o quanto necessitava renunciar: pelo amor, por mim, pela vida, por Deus. Amor é renunciar o que não tenho, nada querendo em troca de renunciar. Tudo perco sem renúncias: a alma, o amor, a solidão, a essência da vida, tudo está perdido sem renúncias. É mais fácil renunciar o amor do que a solidão. Se eu esquecer o tempo vivido, ainda tenho o que vivi, mesmo que ele não fique dentro de mim, ficou na distância que nos separa, apenas essa distância, sou eu sem você. Perder o tempo na alma é esquecer de ser feliz na eternidade. Se posso ser feliz na eternidade, como não sou feliz em mim, por mim? Talvez, algo falte na eternidade, que somente a alegria possui. Posso não ter alegria, eternidade, mas tenho muito amor para dar. O ser é o único momento de vida que não faz falta à vida, que cria uma barreira com os outros momentos, que são mais vida do que o ser. O ser não é vida de nada, nem dele mesmo. O ser quer que o nada lhe pertença, para não desaparecer sem morrer!