Blog da Liz de Sá Cavalcante

Consolo

O silêncio do silêncio é o consolo de viver. Concentrada no consolo da morte, palavras estranhas, duras, difíceis, entram na alma, me oscilando entre perdas, ausências inesquecíveis. O sol é esquecido no olhar. O tempo cessa minha alma. O tempo é continuação do nada. A vida nunca continua vida. Continua vida no nada. A vida é só como um olhar apaziguador. A morte é um novo interior. Nada na alma, meu amor está preso na alma, como uma canção perdida nos espaços preenchidos com a falta de mim. Melhor morrer na morte que morrer no nada. Eu absolvo o nada, não perdoo a vida. Tudo eu quero do nada. O silêncio é a tua voz, sem me tornar a minha solidão. Tudo faz parte do silêncio sem barreiras, sem obstáculo. Entre o intervalo, entre uma vida e outra, o silêncio mortal, onde não penso em morrer.