O esquecer é a coragem de viver distante do esquecer. Coragem de viver para a morte ser eternizada na alma. O distante é a vida, o perto é a morte. A sensação me torna isenta da morte. A vida deixa a saudade na culpa do nada. Há culpa de lembrar o passado na inexistência do nada. A alma se derrama em ser. Não sobrevivo à alma. A alma sobrevive a mim, nas minhas poesias. Minhas poesias vivem na alma de mim mesma, Eu e a alma somos a mesma coisa. O céu não tem depois. O amanhã é o céu no depois do céu. É a luz do tempo no fim do ver. O fim do céu é ver sem o céu, no céu do pensamento. Não há percepção na sensação. Perceber o que não se deve perceber é sensação de solidão, sem a solidão. Dormi na solidão do pensar. Meu corpo, poesia da vida. O perceber da solidão é o nada de ausências, que nunca será ausência nunca será um ser. Esqueci o sofrer na presença do nada, do depois desse jamais, que é vida, é morte, mas não é esquecimento, é ser.
