Blog da Liz de Sá Cavalcante

Simplicidade de amar

A descontinuidade da vida é o meu olhar de sonho. A impermanência, alma que permanece. A permanência das coisas, do amor, dá vida à vida. Se o amor não sentido por mim, emocionar a minha alma, estou viva, a enaltecer a vida. O sonho não quer que eu viva. O sonho é a ausência, não se define em vida. Vidas não são eternas, suas ausências, são eternas. O outro de mim mesma é a alma. A beira do abismo é descobrir a alegria de não ser. Nada necessita existir. Não precisa. O mundo tem as próprias coisas no mundo. Nada precisa ser colocado no mundo. O mundo não foi permitido pelo ser. É mundo, indo contra o ser. O nada é no amor, mas é imperceptível no amor. O amor desconfia da realidade. Apenas amo, sem pensar na realidade, nem mesmo na realidade desse amor. Essa incoerência não é amor pelo amor. É apenas eu no fim de mim, num amor absolutamente imaginário, enfim, nada há a imaginar, além de saudades reais, que se confundem no irreal dos meus sonhos.