Há mais do que vida: há o ser, não representação da vida. Isso é intolerável. O ser é o suportável da vida. O ser é o limite da vida. O ser se encontra no nada. A alma é falível. Não há noção de vida, de ser, de mim. Há o meu vazio até eu morrer na lembrança do que não sou. Tudo se esquece em mim. Me arrependo no fortalecer das minhas lembranças, cultuam minha tristeza. Morrer para me fortalecer a alma. Morrer é afirmação da vida. O sentir é o nós inexistente a separação de almas, não separa a separação. O nada é a realidade do olhar. O eclodir não aparece no ser. Nada se ama, ao aparecer. É preciso saber viver na emoção que nunca vem. É essencial ser inerte para o amor. O amor não é amado é apenas um desejo, vive para não ser um desejo. O olhar não é um desejo, é ser sem o desejo que não me faz amar. Tento amar o seu fim. O fim de um desejo é o ser. Desejos não têm ser. A alma é o começo de se viver. Há um começo em viver? Nada quero do desejo, quero alma para me sentir nessa dormência de vida. Meu corpo não é vida, é seu torpor. Vida é se arrepender do nada que a vida não pode ser. Para começar de novo, preciso morrer em um recomeço de vida e de morte. A minha morte salvaria tua vida. O tempo é a falta de morrer no próprio tempo. Deus é um sonho.