Substância é apenas saudade da vida, onde me deixei viver, a fluir no nada. Fluir é pertencer ao nada. Nada sou sem o nada. A poesia perde suas palavras em receber amor. Nada pode faltar ao amor. O amor é a falta de mim, numa perfeição absoluta. Todo absoluto é uma falta, uma perda. Vivo apenas a perder. O subjetivar é uma perda narrada pelo amor. O tamanho da minha solidão é o ar. O silêncio é o chorar do mar. O nada do mar não chora em suas ondas de ausências. Minha ausência é um distante perto. Me perco, o nada me encontra. Me sinto segura no nada. Escrever é ver o nada em mim. O fim de escrever é o ser sem a vida, em um encontro de eus, onde não há vida, morte, sentimento, há apenas este momento de escrever, que falta na vida.