O nada se vê e vê a alma me dividindo em ser, o nada não me vê nem no seu desassossego. Na ausência da ausência tenho o nada em minha morte. Em nós, a morte é um eu sem o ser, ficando em mim, como um ser. Temo a ausência dividida entre dois seres em mim e que, dessa divisão, nasça eu, sem ausências, empresto meu corpo à minha alma para a ausência, mas dar dou apenas para a morte. Para dar, tenho que não tirar nada de mim. Tirar é perda. A morte é um ganho. Tudo faço pela morte no amor que a morte nunca terá. Reverencio-me em mortes imaginárias. Saudade é escapar de mim, na saudade da morte. Para que imaginar a morte se a tenho? O que falta na morte para ter meu corpo, minha alma? A vida, alienada pelo espírito da morte, me fez chorar morte.