Blog da Liz de Sá Cavalcante

O adeus sem adeus

O amor fará eu não ter nada do que quis. O adeus são minhas lágrimas. Continuar vivendo é o mesmo que nunca viver. O corpo fala, não o escuto. Faço tudo para morrer nas minhas palavras. Sorrir é o impensado. É a solidão. A solidão é a eternidade do espírito. A solidão é caminhar juntos. Será união caminhar só? Ser só? O que me falta é ser só como canto de uma poesia. Nasci no sempre, do que se foi. Tudo pertence ao nada do que se foi. Amanhece sem ti. O ser é o obstáculo de ser. A sensação é morrer. O que se é visível, se toca no invisível. A alma nasce do meu ventre. Sem nascer, seria eterna para a vida. O que é nunca será. O sentir é triste, por amor. O amor não recolhe as cinzas do vivido. O vivido não são vivências. O ser é vivência escondida na dor de alguém. Alguém é tão raso que não sufoca. Sem a realidade da vida, tenho a minha própria realidade. Quando não houver mais partir, estarei viva pela convivência do sempre. A demora é o ficar do sempre, não no sempre de mim. O sempre de mim é um adeus. A lembrança é um adeus. Ser adeus de mim é ser adeus do outro. Porque não percebo o amor, como percebo Deus? Ver é o meu interior.