Nada me falta na falta de mim, para a falta ser essência, não da minha morte, mas da minha vida. Sempre tive a morte em mim, nunca tive vida. A escuridão é o ver do nada, sem perda do nada, que é luz. Luz é inconsciência da vida que repercute na morte. Duas inconsciências é o desaparecer do nada, sem dor, sem morte. Duas inconsciências é consciência eterna, que derrama o sol na consciência, me faz sofrer por amanhecer. A consciência é o fim de morrer. Não sinto a consciência, ela é a minha vida. Existe o não existir para a consciência? Minha consciência é o amanhecer. Morrer sem morte é recriar o passado num adeus, permanência eterna sem o depois. O depois é impermanência: sem a alma. Graças a Deus, vivo de impermanência, sem alma, sem me afastar de mim: esse é o meu amor pela alma. Carrego a morte, como quem carrega a alma.