Modificar a história da vida é ficar sem vida. O tempo modifica a vida nas minhas lembranças. O corpo é a falta de lembranças. Morri sem lembranças sem corpo. O corpo vela a minha morte. Eu queria apenas morrer no meu corpo, na alma para saber que fui um ser. Meu ser morre sem saber que fui um ser. Não é uma coisa que está a morrer, sou eu: posso sentir ao menos a minha morte: isso é ser feliz. Sou feliz com o nada, com o tudo. Tudo me faz feliz ou triste, mas me deixe sentir: te farei feliz. A falsa alegria é viver. Até o último instante, morri. É inexatidão da vida morrer. O nada do tempo é amor humano que sobrevive a si mesmo. O tempo e o nada são duas almas numa só alma. Nunca vai ser o tempo do nada. A existência é o tempo do nada na vida. O céu é a falta de limite na vida. O limite da vida é o nada sem o tempo. O tempo não pode ser nada, então se tornou o tempo do nada, onde toda reconciliação é possível, mesmo sendo possível apenas para não morrer. A reconciliação no nada interno é a vida.