Blog da Liz de Sá Cavalcante

Amor

Um buraco dentro de mim, a ser cavado por Deus: é amor. Lembra de mim como um suspirar eterno. Apenas o meu suspirar pode me tirar de dentro de mim. Acabei com o acabar, foi como matar minha alma. Ficar com alguém é perder a alma. Sonho distante é como captar a eternidade. Ao chorar, a vida desaparece de mim. O desaparecer da vida é a eternidade do amanhecer. Pensei que tudo estava perdido com a vida, ela se foi, tudo ficou normal. O eterno cessa em si, não no ser. Escrever é a febre do eterno. Sem arder por escrever, morro. A eternidade, um ser que não nasce. Nasce no seu fim. A eternidade é unir as cascas da vida jogadas fora. Converso com a eternidade. O desaparecer tem alma.