Blog da Liz de Sá Cavalcante

Um buraco no nada

O nada não se esvazia, tem buracos, faltas, não o deixa esvaziar. O nada das faltas não faz da falta uma perda. Por causa do meu ser, morri, sem causa externa. A presença é uma ausência de sonhos, onde tenho apenas a minha presença, que é o que falta na solidão. Me derreto nas chuvas, sem nenhuma emoção. Decepção são ausências como destino. A consciência de falta é minha inexistência, é me ter. Me ter é aumentar a falta, deixá-la em carne viva: de mim, por mim. O coração é um buraco no nada, onde a única falta é o próprio coração.