Blog da Liz de Sá Cavalcante

Na pele do outro

Ficar, ficar… habitar a pele para sair da pele do outro, é ser eterna na pele do outro. Na pele do outro eu sou eu, sem ser para o outro o que sou. O que eu poderia ser para o outro?! Nada! Nada no outro fica em mim, por isso, fico na pele do outro, como se fosse minha pele, e me misturo comigo mesma nesse rasgar-me sem pele de mim, resta apenas lembranças apagadas na minha solidão. Lembro apenas de ser só. Penso ser a pele do outro, o outro em mim. A minha solidão, marcada na pele, como tatuagem, se colore. O outro não sabe da minha solidão. A pele fere a alma, sentida como alma. A única atitude da pele é refazer a solidão em ti: para que sobreviva ao meu amor. A pele do outro é meu frio de viver.