Morrer é um momento apenas do espírito. Apenas tento ser esse momento, que não é meu. Resistir a alma é morrer. Ser a alma é luz que foge da escuridão no jardim do pensamento. O que deixei em mim por morrer foi essa mistura de luz e escuridão. A escuridão me aproxima da luz. A luz que o olhar não sente é a luz da escuridão. O firmamento do céu é escuridão. A beleza do céu é a escuridão que torna o céu enigmático, na prontidão do luar para ser o céu inimaginável, como a alma. A morte posso imaginar sem o céu. A sinceridade é o céu no meu amor. A falta de morrer é um sentimento raro. Não morri, me senti morrer. E foi por me sentir morrer que não morri, para a estrela ser eu a morrer. A permanência vem com a morte. O que espero da morte é a vida: não uma vida deixada por mim, mas uma nova vida. Beijos de silêncio calam-me no nascer das palavras. As palavras são o sonho a fala. Meu beijo na superfície do nada, minha fala flui, em acontecimentos eternos, onde permaneço intacta de ser. Permanecer é esquecer.