Blog da Liz de Sá Cavalcante

O ser é antes de ser

O sol da manhã é sem eternidade, como um ser depois de ser, que é antes de ser. A eternidade do nada me impede de morrer. Morri sem a sombra da ausência. A ausência é uma voz que escuto no sempre de mim. O sempre existe em mim sem amor. Venci o amor com amor. A liberdade é um amor vivido como inexistente. Mas ele existe sem o íntimo da alma, que é apenas ceder ao infinito. Meu olhar é o fim do infinito. Toda a vida é apenas o fim do infinito para que o amanhecer não seja a falta de mim: seja o meu nascer, sem abismos de alma a expandir o céu. O céu é o abismo do nada no céu. O ser pode ser antes ou depois do ser, mas não pode perder o abismo de ser, que tem a mesma luz da vida. A luz se perde em luz. A luz é o devaneio do pensamento. Prefiro a escuridão do sonho. O ser antes de ser é o intervalo entre a luz e a escuridão, clareia a alma.