Blog da Liz de Sá Cavalcante

Incerteza de viver

Vivo na incerteza de viver. O nada desaparece na incerteza de viver. O nada desaparece no nada. Desatar o nada não o torna real. O sol é o nada amanhecido. O céu escurece de alma. O sentir puro é o da morte, que amanhece sem saber. Amanhecer é me dar a alma como incerteza de viver. Minha ausência é protegida pelas minhas lágrimas. Lágrimas consolam o passado sem tempo nenhum. A morte vai além do ser, além da consciência. O ser é o abandono da consciência. Sem a consciência não há chance de eu ser nada para mim. A inconsciência não se perde no ar, como a consciência. A consciência é apenas ver a ilusão. Sem ilusões não vivo. Tenho a ilusão que não deixei a minha poesia partir para o mundo. Sonho apenas na poesia.