O fim de tornar poético é a alma. Para o mundo no amor. A alma do coração é a poesia. A vida surge como morte, como saída do nada. O silêncio amarrotado de palavras faz surgir a vida interior e exterior. O que sofre o real, o meu interior. A consciência já foi realidade: era uma consciência vazia, carente de mim. Fiz da consciência o meu corpo, não a tornei eu. Eu, sem consciência, não sou vazia. A consciência me impede de pensar, de sentir e de viver. Não quero ficar só na consciência: é amor. Tem consciências que são a despedida da alma: a falta de alma é amor. Escrever é um momento inexistente: pura alma. O poético não é escrever, mas a minha ausência. Tem ausências que são vidas que curam. Segurei as mãos da ausência, lhes disse que não tem problema sua ausência: o que me importa é ela ser feliz. Escrevo feliz, ausente de mim. Não sinto falta da presença. Ela não fez diferença para mim. Vou poetizar-me em ausências: serei a pedra, o mar, toda natureza possível, apenas para não ter minha presença. Minha presença é morte, transcende nas palavras. Sinto as palavras sem morrer. Minha presença não me perdoa por eu viver.