Blog da Liz de Sá Cavalcante

Entre o sono e o sonho

Entre o sono e o sonho, o vazio da morte. Entre a vida e a morte, a poesia de ser eu. Eu para mim. A alma tem sono de infinito. Eu tenho o infinito no olhar. A alma é o infinito de Deus. Deus é o fim de si mesmo. A alma é a morte e o despertar de Deus. Não consigo sair do meu olhar, mas o olhar sai de si mesmo: para me ver. Ver é o abandono do abandono. Mas o fim não é o abandono. O abandono do fim não é abandono: é amor. O abandono do céu é triste, sem ausências. O céu se une em seu abandono. Nada vem do céu. Nada é fácil. O céu das lágrimas é a prioridade do sentir. O sonho desvenda a alma. Não há alma nos meus sonhos. Ter alma é ficar pendurada na morte. É melhor morrer do que ficar pendurada na morte.