Blog da Liz de Sá Cavalcante

Desilusão

A desilusão da alma é o ser. Não existir é pior que morrer. O nada tenta ser nada para amar o ser. Meu olhar pequeno frágil é tudo que há no mundo, mas não é o meu mundo. A alma dividida entre a vida e eu. Nada vem do olhar: o olhar é a vida que tenho. O nada é mais vida que a vida. Tudo que sinto é vida. Mesmo assim, a vida não é o que sinto. O silêncio dá ausência é o amor escondido em mim. Tenho medo de amar, de me perder no amor. Nunca a alma é ausente, mas não sinto sua presença. Olhar o mundo no sim da vida, é não haver mundo. O mundo é a negação da vida. Ter o mundo é renunciar a mim. O mundo sente minha renúncia, eu não sinto. Não preciso ser se há mundo.