Blog da Liz de Sá Cavalcante

O nada do nada

Morta, não vivo nem a alma, mas sei que o nada vive por mim: isso me torna forte, inteira, dentro da alegria do nada. Tudo sei do nada: não posso amá-lo. O nada da alma é igual ao nada. A alma se confunde com o nada, não pode ser nada: é algo que sofre só, sem o nada. É uma alegria sofrer no nada: eu não escrevo, sonho. O nada do nada é escrever com a alma. O nada do nada me faz viver, sabendo que o tempo é nada e tem fim. A vida do nada é eternidade.