O nada sufoca-se e o tempo para, com a alma. A alma se torna o tempo. O mundo é a alma. A presença deixa o espírito em mim. A solidão é o único espírito que cura: não existe Deus sem a minha solidão. O espírito morre e o espírito da solidão permanece. A alma é o fim do espírito. O trabalho de deixar a alma é o mesmo de a ter. Deixo a escuridão na alma para ter o não viver na luz da consciência. Consciência é solidão na plenitude de ser. O ser não é consciência: é o fim da consciência da saudade. Minha consciência é quando a vida me sorri. O movimento do meu corpo é a alma: como sendo a inconsciência de um adeus. O adeus é sem alma. A vida está em mim, sem ausência: no morrer da alma. Fragmentos me tornam um nada sem fragmentos: é apenas o infinito em mim. O fim é inteiro. Fico para não olhar a realidade: ela significa tanto para mim, que não necessito olhá-la: sei que está em mim, mais do que na vida. Penetrar na alma é um vazio esquecido há tanto tempo, que se torna saudade.