Blog da Liz de Sá Cavalcante

O espírito alienado

Ler de novo o poema: é viver o poema e morrer no poema, ainda o lendo na alma. Morri, lacraram minha morte, com mais mortes: pelo menos tenho a companhia de outras mortes. Somente há o fim para falar: mas quem consegue falar da própria morte? Se eu estivesse viva, poderia falar como me sinto, saberia amar. Se alguém nunca vive, nunca ama. Apenas a alma sente a alegria de amar, não sente amor. Ou meu espírito está alienado? A alienação do espírito é essa minha vivência com a imortalidade: não é o mesmo que eternidade: a eternidade é a plenitude de amor sendo o amor no ser ou na alma, é plenitude, que não existe na imortalidade. Posso amar para sempre em mim, sem a imortalidade, que seria pouco para mim. Agora sei: meu espírito está lúcido, como eu. Como eu no espírito. Como eu em mim.