Blog da Liz de Sá Cavalcante

Muralha de amor

Sofri demais por amor. Construiu uma muralha de amor para me defender do amor. O olhar sofre por ver. O não ver é o meu interior. O interior se vê no não ver, sem o interior. O sol vê o além do além, que é apenas sua luz. O interior é o tempo que não possuo. É o tempo da luz. O tempo sem o ser é o infinito. O fim é o infinito sem te ver. Ver não é infinito nem é finito: é a despedida de viver, sem expectativa do mundo interior. O mundo nunca será o mundo interior. O infinito é a verdade da alma. Sai de dentro de mim para o sempre de mim. O infinito substitui o olhar. Arruína as muralhas do amor, me abraça no esquecer de tudo para lembrar de mim. Reparti o nós com a vida para ficar sem mim. Muralhas de sol se tornam minhas poesias.