A falta de um abraço me faz ficar no meu corpo. Abraço é sonho. Sonhar é a realidade da alma, sendo nada. O nada é sonho e é realidade. O silêncio é a eternidade de um abraço, onde a eternidade é vida, ao menos para o abraço, que são as palavras mais lindas de amor. O destino é permanecer em mim, sendo uma ausência que não é a minha. Para ser eu. Esquecer é um abraço raro, que despe a ausência em flores de amor. Como me dar a uma flor, como me dou ao esquecimento? A flor, espaço perdido no abraço, devolve o corpo ao nada: a sua origem. Escrever como quem abraça é o invisível de mim. O invisível cessa o olhar sem ter escrito, sem ter realidade. O visível me impede de escrever, são pedaços da realidade: se encontram no invisível. O invisível une o que está separado. Não há necessidade de um abraço, em ser eu. Sou o abraço onde tudo é visível para o meu corpo.