Blog da Liz de Sá Cavalcante

Permitir-me ser eu

Como me permitir ser, se tudo é triste, tão triste, que não há mais sol, vida, há esperança de existir o nada, ao menos não estou só. As estrelas são só, nada sentem. A poesia é indestrutível. Morre em sua indestrutibilidade. Cansei de estar apenas cansada, como um sonhar maior do que eu. Não acredito em estrelas, não acredito em você. Mesmo morrendo, vivi um dia, oposto ao que sou: o contrário do contrário: o nada. Tentar algo para viver. É inacreditável sofrer como a lua no céu. Nada pode fazer com pedaços de mim. O desaparecer não é ausente de mim, é mais essencial, do que comer, viver, beber, morrer.