Céu é a estrelas do universo. O som da minha voz é o céu, uma mistura de despedida e de reencontro de morte e de vida, de familiar, de alheio. Se eu soubesse que meu amor cabe no céu, falaria, escreveria mais, até morrer, apenas para comunicar o absoluto, que ninguém pode ver, mas pode sentir na minha voz o absoluto, que estou inteira em mim, por me dar o direito de sofrer. Você calou na minha voz, até ensurdecer o mundo, e a você mesma. Não tenha medo de amar, amar é viver. Entoar teu amor sem voz, que é apenas um suspiro, é apenas solidão. Eu sou ouvida, como o fluir do mar. Não sei se quero ser lembrada de tão esquecida que sou para ti. Preciso ao menos saber o que sente, se há esperança de um dia ser amor, se houver esperança, estarei tão viva que perderei o medo de amar, como quem perde as mãos ao escrever. Sempre sozinha sempre eu por mim, renascendo do nada da poesia. Estarei feliz? Sei que estou em mim, de forma única, rara: nas minhas perdas, que me fizeram sonhar. Existo ao menos em sonhos. Não estou me contentando em sonhar, respiro sonhos, longe da minha solidão.