O adeus fez tantas vidas existirem que se tornou um nada. Quero esquecer a vida no sol, como um acontecer eterno. O desaparecer da vida aparece para a vida morrer. Há mortes que não pertencem a ninguém. Tudo se sonha no que vejo, já existiu distante do meu olhar. Nada é o que vejo, sendo um olhar que é apenas a aceitação da morte, sem esperar viver. Quero apenas necessitar do olhar para nada ver. Ver me faz esquecer de mim. Não me apego no que eu vejo. Ver é me desprender de mim. Nada vivi no meu corpo. Mas estou no meu corpo. Estando perdida no meu corpo, sabendo que é o meu corpo. Minha alma necessito de ti, minha alma não quer o meu corpo, seu corpo é a falta de mim. O meu corpo é a minha presença. O corpo não é. Vejo o corpo na alma. O corpo é da alma. Eu sou apenas a união do corpo com a alma. Por isso não sou triste. A alma se inventa em alegrias transbordantes. Por enquanto, vou deixar a alegria para o amor e ser triste como a chuva. Desprendi-me de mim para me amar. Tudo me falta em ser feliz. Nada é feliz em ser feliz.