Meu ser foi o que pude viver por mim. Nada vivi sem ti, alegria, então, sou feliz. Meu coração a dançar com o canto dos pássaros, não percebe que amanheceu. Amanhecer é me ver a sorrir. Sorrir é captar o céu, ser seu fundamento. Ser seu firmamento. Pássaros do céu nas asas da morte. Alma, me deixa bêbada de amor. Amor, seja eu, viva por mim. Quero vida de amor. Quero que eu seja a força, pra fragilidade do amor. O amor acaba, a fragilidade permanece nas minhas cinzas, na forma como amei um dia. A lembrança é o sol, é o futuro. Divido o sol com a vida, compartilho amor. Choro o céu em mim. O mundo, abandonado, ainda é vida. Vida, enxugou minhas lágrimas, me fez humana. Começar de novo é não contar comigo mesma. O fogo de água é a vida a se espalhar dentro de mim. O momento de ser feliz não vem ou então é isso que chamo de vida. Aonde foi o meu olhar? Sei que não está perdido. O outro é o eu em mim. Mas há um outro sem mim: a alma. Vida, há muito de ti em mim. Me dá raiva pensar em ti. Quero pensar em ti, como penso na morte, na separação de almas. Não há distância que me separe da morte. Morri sem me separar de mim. Começar de novo para não esquecer a morte, para poder dizer vida, para me despedir de quem sou. O silêncio me atordoa, me faz parar de escrever e respirar, por um momento de paz, aconchego na alma.