Blog da Liz de Sá Cavalcante

O luar da lembrança

Flutuando na morte, abandono o chão em um luar de lembranças. Ver é ter lembranças para ver, numa vida inexistente. O sol arrasta o dia, sem luar. Me perco sem o luar. O luar é uma consciência do futuro. Tudo perdi tendo a consciência de ter perdido. A perda é a consciência, me observa com amor. O amor não diz que ama: sua única e rara força se perde, sem o infinito de você. O universo está longe do céu, no infinito da distância. O sol é perto de tudo até da morte. Nada existe sem o sol. E assim, o luar é esquecido por ser essencial, como uma ausência a dormir sem céu. Céu é dormir em mim mesma.