Blog da Liz de Sá Cavalcante

O semblante do nada

Vou começar a ter uma aparência pela aparência do nada. Não dá para ser pela aparência, mesmo que ela seja o nada. Quando meu interior se foi, que alívio, que mansidão profunda, tão profunda como o amanhecer. Nada a fazer pela vida, pelo céu: apenas sentir esse não sentir. A vida do céu é o mesmo amor da vida do mundo. Aceitei até teu abandono, basta um gesto teu e eu vou morrer. Morrer feliz. Morri feliz ao olhar para o nada: foi como ter a vida de volta.