Blog da Liz de Sá Cavalcante

Retirei-me da vida

Retirei-me da vida, sem a vida em mim. O sonho não deu espaço para a vida. Vida sozinha é mais do que vida, é eternidade que sonha, que é de todos. Não há vida no sossego da alma. A vida da alma, é o seu amor. Tornar a eternidade humana pelo amor da alma. A alma é humana. Nada me falta: sou o ar da vida, que beira a morte. Morri de amor. Encantada de amor, inebriada com minha sombra. O sonho desencantado com minha imagem, que era para ser a imagem de um sonho. A alma é pequena para a vida. Não sei da visão do meu olhar, é a vida. A distância do meu corpo é presença em mim, sem o fundo da saudade. Tudo é perdido na presença como um último sol a se espremer no horizonte do céu. O fim oscila entre o céu e partir.