Blog da Liz de Sá Cavalcante

O fim do nada

A noite capta a vida sozinha pela sua tristeza. Eu não capto a vida, não quero ser triste. Tudo passa, a morte permanece. Se não existe alegria, amor na morte, também não existe alegria, amor no ser. Ficar um instante na morte é atravessar a alma, deduzir que, depois da alma, nem a morte há. A luz do sol não invade o amor, é escuridão da alma, não a deixa existir, ela faz de conta que é a escuridão: é sua diversão. Escuridão é te ver como se visse minha alma, que é a minha identidade. Não há o que sofrer sendo. O fim do nada é a alma. Queria ser o fim do nada: consigo apenas ser eu.