Blog da Liz de Sá Cavalcante

Transformei-me em mim mesma

Espalhar a morte para ela não desaparecer junto do sol. O nascer é um sol que não há. Eu não nasci por amor a mim. Em mim o sol é perfeito, sem cores, como o resplandecer da ausência, deixa a mansidão ser o sol, para a inquietude da alma. Não ser ter alma, por isso me entrego ao sol, numa alma de sol. O desaparecer é a ausência, falta de vida, onde o sol aparece, faz a vida nascer, nascer em mim a poesia, a vida que não tenho. Parecer-me comigo mais do que viver. Não há evidências do sol, mas há vida sem sol, não percebo a falta de sol. A vida é perfeita sem sol, engrandece a minha alma.