Terei um bom cuidado com a alma, ela já sofreu demais. Não há distância no som da morte. O som se aproxima da alma, como melodia. A morte escapa da alma. Estou tonta de amor. Posso voltar da alma sem o meu ser, sou um suspirar vazio. Suspirar tem que vir da alma. Alma é como uma paisagem no nada. A sensação anima a alma, é uma segunda alma, nunca ficarei sem alma. Tenho as sensações do mundo, como sendo o vazio da alma. De mundo em mundo, chegarei na alma nem que seja para eu me ver morrer. Sem a alma, tua ausência me desespera. Com a alma, tua ausência me ilumina. O amor é mais do que ele é, aparenta ser nada no nada com alma. O nada com alma é iluminado pelo sol. A certeza do nada me faz ter alma, me torna alma. Sem alma não há vida. Vida, foste minha alma. A impressão de morrer é pior do que morrer impressiona muito mais, sinto muito mais. Sinto perda como morte. Nada está perdido na morte. Nada previne de morrer. A morte não é apenas ausências. Mas posso sentir a morte como ausência da minha presença. A morte me sente, não sou ausente. Não posso ser ausente ao morrer. O amor não faz parte do mundo, é divino. Falta muito para amar, o que amar no amor? O excesso de morte? A vida tem a morte em suas mãos. A vida é insegurança. É triste ver que a vida existe na minha percepção, no meu silêncio ausente. A percepção não capta a ausência, e sim, o seu silêncio. O silêncio da percepção é poesia. Alma é consciência de vida. A consciência sem alma não existe. O silêncio envolve o amor. A poesia sem silêncio é o ressuscitar do nada. Me abri para o amor, ele partiu em céu aberto, ouço seus passos enormes como a vida. A vida suspensa no céu tem passos distantes, como se fossem a voz da escuridão, os passos da vida, a me fazer viver, sem tristeza. Tristeza não é alma, é a porta vida aberta para o amor. A morte é morte para mim, para outro pode não ser. Não ser é ansiedade da alma. A calma da alma é o ser.