O nada aparece na sombra da inconsciência, como o sol da vida dentro da escuridão de ser, me deixa sem o interior, sem o nada. O nada são mãos fortes que sustentam a vida com amor. O amor mantém o nada no olhar, sem a névoa da vida. O nada no nada não é tudo, é ver ao sonhar, onde tudo desaparece, no que a vida me deixou. Será que a vida me deixou tão pouco, que me entrego ao sonho? Será que sou diferente da realidade? Ser um sonho é ser presença em mim, não na vida. A harmonia dá lugar ao mar, que é o infinito de mim. O infinito perde o céu. Há lembranças que falam e se escutam. Tudo sou ao escutar o nada de mim, sem a sombra da fala, que polui o amanhecer sem sol. O sol no meu coração me acorda sem luz, sem o amor de iluminar, de ser dia outra vez.