A alma está mais viva do que eu. Se eu não tenho a solidão, não tenho nada. Não penso na alma, eu a sinto na proximidade da solidão. Tento afastar a alma com a vida, ela impregna em mim, está na distância, na proximidade do meu ser. Ela é o meu ser. A alma se adivinha na falta do tempo: ela é o tempo, longe de Deus. Nada se vive em vão. Tudo pode ser se eu quiser. Ser é querer. Quero, existo, como se o não querer fosse uma ausência nas palavras, na minha voz. Como querer viver? Viver é deixar de ser quem sou. Não sei se é bom ou ruim viver. Algo transcende em mim, sem alma, sem vida, sem morte. Vejo o que sinto como não sendo eu, sendo o mundo, por isso, o sentir ainda não é ausente. Ele se faz presença em mim.