Blog da Liz de Sá Cavalcante

Despida de alma

A falta, a perda, a ilusão, faz-me despida de alma. Mas a ilusão não fica sem alma: um adeus toma conta da ilusão para nada ser real. Nada é mais real que meus sonhos. Despida de alma num sorrir infinito, como se eu fosse o céu a descer no mar. Não me lembro mais do meu sorrir. Lembro-me da inessência do sorrir. Lembro daquela paz como lembrança eterna de viver. A alma não é frágil como o tempo. Negar o anulamento do meu ser é não me despir de alma. Estar despida de mim é morrer. Morri sem morrer. Despir a alma é buscar amor. Morrer é um dizer da alma, onde não me sinto despida nem mesmo da alma. A alma não morre em me ver despida dela. Apenas o sonho me despe de alma, desliza na minha vida, como a salvação da minha alma.