Blog da Liz de Sá Cavalcante

Indignação

A falta de amor me deixa indignada, como um amanhecer vazio, por mim, era melhor que nem amanhecesse o silêncio, tornou-se o único amanhecer. Um amanhecer distante de tudo e de todos, ele é o meu amor, que aproxima razão e sensibilidade, isentas do meu ser, da vida, das poesias, que são o fim da razão e da sensibilidade. O fim da razão e do sensível não é o fim de tudo. A razão e o sensível não necessita de alma, esperança, necessita do fim, que nunca terá. A estupefação da alma é o meu silêncio, o meu sofrer, o meu medo. Não me espanto com o espanto da alma. Ou conheço ou penso. O medo do medo é meu respirar. A morte dá beleza, ternura, amor, assim posso sonhar: a noite não é mais sem o amor. Sonhar, abismo sem fim de amor. Não há ser, alma, amor, mas há sonhos que se tornam meu ser, minha alma, meu amor. Deixou-me sem alma, sem fim. Não renunciei ao nada, queria o meu fim no nada. Sem o fim, o nada é inútil. O nada me ensina a morrer. Não há distância no nada. O nada é a liberdade da alma.