Desabrochar na morte, sem a falta de ser. Não existe amor, ser, distante da morte. A distância é inexistente na morte. Eu sei apenas da morte que sinto. Um pedaço do céu, a reconstruir a vida, como se eu alcançasse minhas mãos na poesia. Esmagar o nada sem mãos, tornar o nada uma oração, é mais do que posso amar. O amor torna tudo amor. Amor que se identifica com o nada do ser, que suspira por mim. As mãos fazem do nada, a minha vida. O sol do nada é uma alegria infinita, é onde sonho ao chorar. A vida torna as mãos. Arte, mãos são vidas que se expõem ao amor. O intocável tem mãos de poesia. Minhas mãos são o céu da minha aflição, onde o sol desmaia em minhas mãos. Nada é livre sem mãos. O destino são mãos que se unem. Encontro-me protegida em minhas mãos. O nada é o início, o fim, a morte.