Escuto o chorar do silêncio, como se tivesse me encontrado num silêncio isento de mim, que me faz respirar por mim, como se não houvesse buscas, apenas a solidão plena de mim. A solidão é superior à vida. Não há alma para realizar em mim. No preencher, nada posso fazer por mim, em mim. A busca de mim é inferior à realidade. Por que buscar a mim se a realidade é muito melhor do que eu? O que perdi, perdi por dentro de mim. O insensível não possui a sensibilidade da perda. O insensível não é insensível, é só como se eu pudesse falar comigo pelo insensível que não sou. Sou insensível por mim não pela vida. Divido a minha alma com o meu ser. Como acreditar na minha alma, se ela não gosta de mim? Não sei o que é sonho ou realidade sendo eu. Sou quem te vê: sem realidade ou sonho. Sonhar é uma vida nova. Começo a viver pelo fim. O sonho é o fim, é como o mar que flui sem o infinito. O infinito pertence ao nada, desse pertencer nasce o fim. O fim é a eterna busca de mim. O silêncio é o fim da morte, é a inconsciência, onde toda busca é possível, até mesmo essa busca de mim é possível para acalmar a vida.