Blog da Liz de Sá Cavalcante

Incorporar o nada

Tem amor que é objetivo, mas sente o som, a presença do nada, com um amor surreal. Mas amar o nada me basta. Assim, quando partir, não deixarei nada de meu, deixarei apenas minha morte, sem perdas, saudades ou lamentos. Senti apenas a ausência de incorporar o nada, tê-lo como meu nada. Sem ilusões, expectativas, apenas muito amor, para não morrer, e incorporar o nada. Na morte, estou só, me separo do nada, sem fugir de mim, da minha morte. Apenas recite as minhas poesias, para eu ser até o fim. Talvez minha poesia seja o canto da minha alma.