Blog da Liz de Sá Cavalcante

Saber não é perceber

A vida da vida deixa de ser eu: é apenas o que percebi sem mim. A juventude é um risco de não me perceber dentro de mim. Tem que deixar de ser você para poder ser eu, se puder amar o meu interior, como se fosse seu interior, é meu sonho. O interior existe sem o meu eu, sem mim. O não é tem que ser no não é, sem negatividade, é pura positividade. Meu olhar firme na morte para sempre é meu olhar, que se derrama na eternidade, onde o sempre é supérfluo. Vim até a eternidade para morrer. A eternidade da poesia é uma morte plena. O céu é deslumbrante sem alma. Esplêndido ao se pôr para o sol. O sorrir do eterno e o céu. Cada poesia, uma vida. Vestígios do nada, cravando o silêncio na carne da alma, incorpórea de sol. A alma nasceu de um sonho. O encontro do nada com a vida é a fé. Sentir o amor é me esquecer, o amor é deixar o bom por ser bom. Quando o amor não é amor, eu escrevo: é como se o amor fosse amor.