Quero perder a vida para o amor, não para a morte. As coisas inexistentes são o real. As coisas que existem são irreais. O desaparecer na ausência é o som da eternidade, por onde não escuto a vida, a vida me escuta. Escutar a vida é não ter eternidade. O som da eternidade, interiorizei, para não incorporar a vida. Sinto solidão na falta da falta até a solidão me faltar como um abraço de vida. Vir a ser é nunca ser. Ao menos sou essa solidão. Viver é a única verdade que existe. A vida é apenas ter essa verdade de viver dentro de mim. O sol dentro da alma é uma alegria clandestina. Saúde é amor. Não tenho alma. O fim é alma, mas não era eu o meu fim. Apenas o fim me inclui na vida. Estou só na alma, em mim. Não consigo me encontrar, me apegar, nem mesmo ao nada. O que escrevo não é nada, não é tudo, é apenas eu.