O nada se vê sem ele mesmo, fica apenas a imagem, como se fosse o espelho. Afundar nos sonhos para que ninguém me veja. Para que ninguém sonhe sem mim, nem sonhe como eu. O nada é o meu rosto, minha fisionomia. O rosto me impede de me ver, sorrir para mim, pois sinto sua alegria na minha invisibilidade, que apenas eu percebo. Todos parecem me ver: pode ser apenas momentos de solidão. Na poesia perco esses momentos. Meu rosto nunca será de poesias, por isso escrevo, para ter um rosto.