Vivo na luz da poesia, sou o que a torna minha luz. Ter o passado, o presente, o futuro, numa mesma luz, é porque tudo me ilumina. O que fica no além é a inexistência, o amor. O além é tudo isso. Apenas o além me devolve o amor. O além não é a morte, são as minhas possibilidades. Almas se escrevem no vento e se leem em qualquer lugar. Nada permanece na alma, por isso, a alma permanece alma. Permanência, te admiro no meu esquecer. A alma não tem vontade de lembrar de mim ou me esquecer. É isenta de mim. A sua única e eterna lembrança é Deus. A eternidade não socorre as vítimas da eternidade. A eternidade é alienação. Não deixe o instante morrer, sem a alienação. O instante tem que se alienar, senão não vai ser eterno. Deixo a luz ser minha única consciência. A consciência guarda sua consciência apenas para si. Preciso transformar a luz em consciência. A consciência se entristece por ser consciência.