Blog da Liz de Sá Cavalcante

Fragmentos da alma

Vou entregar aos fragmentos da minha alma o meu amor, como se eu fosse os fragmentos da minha alma. Alma são fragmentos do nada. Nada morre nos fragmentos da alma, tudo morre na alma. Fragmentos da alma são mais do que alma, são solidão. A poesia morre, me deixou meu amor comigo, como sendo o resto de nós duas. Dentro de mim não posso ler a minha alma, mas dentro da vida posso ler minha morte. Morte que leio sem palavras. Mas a alma preenche a morte com suas palavras. Tudo se leva das palavras. Tudo se leva das palavras. As palavras nada levam de si mesmas. Nem a palavra, nem o sonho, são almas. Alma é olhar para mim. As palavras são a permanência da vida.