O nada, raso em meu mergulhar, onde não há ausências, perdas. Meu olhar raso, vazio, triste, perdido no infinito, capta a vida, num mergulho finito. A lua despedaça o infinito, com a sua grandeza de alma. O infinito não é mais só: está despedaçado. Não há nada pior do que morrer sem poesia. A poesia me torna um ser, um ser para a poesia. O fim da alma tem portas nas ausências, desembaraçadas pelas perdas. A perda é definitiva. Sorrir é a perda de mim? Não há saída na consciência. A consciência é o fim das perdas. A consciência é o fim do ser, da ilusão de ser só. A permanência nunca é o agora. O agora não existe, mas eu existo. O nada toma minha ausência de mim, a tornou consciência, onde tudo é possível. A alma é o passado. Cheguei ao fim da vida ao morrer. Mas a vida não tem o meu fim. A minha morte sendo o fim de tudo.
