Blog da Liz de Sá Cavalcante

Conhecer

Conhecer é a falta que o conhecimento não é superior ao ser. Conhecer é ficar distante do conhecimento. Conhecer é duvidar de mim mesma. O nada une pessoas. O nada se refaz só, o ser não pode se refazer. A alma se decompõe em alma. Não se pode reduzir o ser ao amor. A morte aprende com o ser. O amor é irreal, o que torna o amor real é a morte. Acordei de um sono ruim: a vida! E tudo criou um sentido. O sono aparenta ser frágil, nas minhas lembranças, despertas de mim. A liberdade faz sofrer em um silêncio de paz. Por isso, a liberdade não é só. Liberdade é o que conquistei pelo outro, para o outro. O sofrer sofre sem ausências. Ausência sou eu em mim. Não há natureza de ser, o nada domina o ser. Não há ser para o nada. A luz é o nada. A escuridão é tudo. Amo na escuridão do amor. A vida é o momento inexistente, que me faz ser. Meu ser não descobre sozinho minha ausência. A única existência é o sol de todo dia. A ausência é o outro em mim. O outro poderia me fazer companhia, se fosse vazio também. O vazio é a resposta de viver. Não vivo sem respostas. Mas não há resposta para a vida, por isso há vida. O conhecimento do amor é a falta do tempo na vida. Verei a vida como se eu fosse outro alguém, capaz de cantar com a alma. Minha alma é inexpressiva, são apenas palavras. Palavras não se expressam, conseguem deixar saudade, sua inexpressividade é amor. Nada se compara com a inocência de uma poesia. O abandono é uma poesia que não se escreve, nem sinto, apenas sofro. Vou lembrar a poesia, que ela pode ser o meu ser. Ser para a infinitude de uma poesia, é raro, mais do que sonhei para mim. É muito mais do que nascer. Ao menos para a poesia existo, embora ela não expresse o seu amor por mim, para que a poesia não tenha fim, fique encantada, como se eu fosse sua poesia, e meu corpo, suas palavras. Conheço a poesia, por ela conheço a dor, a alegria, tristezas, ausências, a vida. A poesia nasceu para mim, e eu para ela. Estamos sempre nascendo, renascendo uma da outra.